sábado, 17 de fevereiro de 2018

Equilíbrio hormonal (antes e depois da menopausa) parte 3

Como a nutrição interfere no equilíbrio hormonal:
Carboidratos
O açúcar entra no corpo na forma de glicose, o principal combustível para o corpo, principalmente o cérebro. Essa glicose pode vir dos brócolis ou de um bolo de aniversário, pois ambos são fontes de carboidratos. A diferença está na velocidade com que esta glicose entra na corrente sanguínea, mais lento no caso dos carboidratos complexos (brócolis) e mais rápido nos carboidratos simples (bolo). O excesso de glicose é tóxico para o rim e outros órgãos, por isso, entra em cena a insulina, secretada pelo pâncreas, cujo trabalho é fazer com que a glicose saia do sangue e penetre nas células (uma célula possui mais de 20.000 receptores para insulina). Uma grande quantidade de glicose no sangue libera grandes quantidades de insulina. Entretanto, a insulina também é tóxica, e assim, seu corpo fica em maus lençóis! Uma lata de Coca-Cola, por exemplo, contém 6 colheres de chá de açúcar (não há um único estudo mostrando que refrigerantes diet contribuem para a perda de peso, apesar dos milhões de dólares gastos em pesquisa para tentar provar isto).
O sangue carrega cerca de uma hora de suprimento de glicose e a glicose adicional é convertida, primeiramente em glicogênio no fígado e músculos (o corpo estoca glicogênio suficiente para 4 ou 6 horas de moderada atividade física). Em seguida, o excesso de glicose que, por ventura, ainda esteja no sangue é estocada na forma de gordura. Se o aporte de glicose for mantido ao longo do dia, seu corpo não precisará queimar gorduras e seus estoques permaneceram intactos.
Dentro de cada receptor para a insulina há uma enzima (que parece funcionar melhor na presença de cromo), a tirosina-cinase, que ao ser ativada desencadeia uma cascata de eventos que abrem os canais para que a glicose penetre na célula. Quando ocorre a resistência insulínica, os canais não se abrem, a glicose se acumula no sangue e estimula o pâncreas a produzir mais insulina. O resultado final são níveis cada vez mais elevados de glicose e insulina, o que acaba por produzir mais gordura, resultando na elevação do colesterol, triglicerídeos, pressão arterial, culminando no depósito de gordura nas artérias. Na verdade, as únicas células que se beneficiam do excesso de glicose são as células cancerosas!
Com o tempo, a resistência insulínica provoca enfraquecimento das células musculares pela simples falta de combustível (glicose), e então, começa um ciclo vicioso de menos exercícios, mais ganho de peso, mais resistência insulínica… Com menos músculos e mais gordura o corpo perde a eficiência em utilizar energia e o metabolismo despenca. Dito de uma maneira clara: manter uma dieta rica em carboidratos num quadro como este é um convite para deixar este planeta mais cedo.
Podemos reconhecer os sinais da resistência insulínica pelo aumento da circunferência abdominal, simplesmente por que os depósitos de gordura tornam-se aparentes. Mas não se iluda, a gordura visível no abdome (homens), quadril e mamas (mulheres) é somente a ponta do iceberg: a gordura está presente também nas vísceras, como no fígado, o que impacta todo o metabolismo corporal.
Adicione a este quadro o estresse, que libera o cortisol, que também produz aumento da gordura abdominal. Portanto, se quando está estressado a primeira coisa que lhe vem à cabeça são doces, sorvetes, balas, refrigerantes, biscoitos e massas, sugiro que você busque urgentemente outro mecanismo de expiação.
E não ache que você está livre da resistência insulínica ou da toxicidade da glicose só por ser magro; a glicose agride as células e vários elementos presentes no sangue. Ela, por exemplo, destrói o colágeno, a proteína mais abundante em nosso corpo, provocando o envelhecimento precoce e contribuindo para a degeneração das cartilagens articulares (artrose) e do disco intervertebral (hérnia de disco).
Os carboidratos refinados também são reconhecidamente “roubadores” de zinco e retentores de cobre. A deficiência de zinco produz diminuição do gosto e cheiro, descamação das unhas, embranquecimento precoce e queda dos cabelos. O excesso de cobre leva a ansiedade, náuseas, dores articulares e musculares, eleva colesterol e pressão sanguínea, e provoca insônia.

Proteínas & Gorduras
Quer perder peso? Consuma proteínas e gorduras. O corpo quebra as proteínas em aminoácidos, alguns dos quais são armazenados no fígado para a produção de glucagon, o hormônio que permite a liberação de glicogênio, a glicose de back up. Se não houver a liberação de glicogênio, a glicose cai rapidamente no sangue, sinalizando a seus centros cerebrais uma mensagem de alerta e um desejo incontrolável de açúcar e carboidratos. E rápido!
Isso explica por que alguém que no café da manhã come um mix de cereais e granola (açúcar), um prato de verão ou salada no almoço (mais carboidratos), uma barra de cereais no meio da tarde (mais açúcar) e uma fatia de pão (carboidrato simples) com margarina (sem valor nutricional) não para de ganhar peso e se sente cansado durante o dia todo. Esse indivíduo se daria melhor com pão integral com manteiga e ovos ou abacate com tomate no café, mix de nozes no meio da manhã e da tarde, frango com salada no almoço e peixe ou uma sopa reforçada no jantar. Vai sobrar disposição até para uma atividade física.
Quando falo em gorduras, não estou falando de óleos hidrogenados ou trans encontrados em todos os produtos industrializados. Não confie nas embalagens ou propaganda: a legislação permite que um produto contenha até 500mg de trans em cada porção para ser considerada “LIVRE DE GORDURA TRANS” (TRANS FAT FREE). Atente para o fato: cada porção! Um pacote pode conter porções suficientes para ultrapassar a dose máxima recomendada pela ciência oficial, 1g por dia (muito embora seja questionável haver margem de segurança para esse tipo de gordura).
As gorduras animais, ao contrário de sua demonização nas últimas décadas, são facilmente digeridas (fazem parte de nossa dieta há milhões de anos), são queimadas mais rápida e eficientemente, aumentam a taxa metabólica e diminuem a ingestão de carboidratos. Esse tipo de gordura, ao chegar à boca, sinaliza ao restante do sistema gastrointestinal que um alimento rico em combustível e calorias está vindo, criando sinais de saciedade e diminuindo a quantidade de comida ingerida.
Experimente e encontre o que funciona melhor para você.

Estresse Vs Equilíbrio Hormonal:
Insulina & Hormônios - Insulina cronicamente elevada estimula os ovários a produzirem mais androgênios, tornando-se a principal causa dos ovários policísticos, além de provocar dor na metade do ciclo menstrual, aumento de pelos na face e braços e queda de cabelo. O uso indiscriminado de refinados e açúcares transformam esse quadro numa verdadeira epidemia entre adolescentes e mulheres jovens. Mulheres com ovários policísticos não ovulam, portanto, não produzem progesterona, o que leva à dominância estrogênica. O aumento de andrógenos, por sua vez, provoca deposição de gordura nos quadris e mamas, tornando-se um fator de risco para o câncer de mama: o tecido gorduroso ao redor das células mamárias produz estrogênio que alimenta diretamente as células cancerosas.
Adrenais - As adrenais (supra-renais) são duas pequenas glândulas localizadas no topo dos rins que possuem duas porções, medula e córtex. 
A medula (interna) desempenha um papel na regulação do sistema nervoso simpático, principalmente quando estamos sob estresse: eleva a freqüência cardíaca, estreita os vasos sanguíneos, eleva a pressão e a glicose sanguínea, devido à liberação de dois hormônios, adrenalina e noradrenalina. Quando estamos estimulados por eles, tendemos a ficar alertas, focados e enérgicos. Este tipo de energia e particularmente valioso no mundo dos negócios. A má notícia é que a adrenalina e noradrenalina são hormônios desenhados para serem usados em emergências, para curtos períodos de intensa energia, e não para ser usado todo o tempo. O resultado é uma medula adrenal exaurida.
O córtex (externa) secreta três classes de hormônios: glicocorticóides, mineralocorticóides e androgênios. Ao contrário da medula, o córtex providencia respostas de longa duração ao estresse, sendo por isso, considerada essencial à vida.
Uma importante classe de glicocorticóides são os cortisois, responsáveis pela regulação do açúcar no sangue; o movimento de carboidratos, proteínas e gorduras para dentro e fora das células; inflamação; e função muscular. Já os mineralocorticóides, principalmente a aldosterona, regulam o equilíbrio de minerais nas células, principalmente sódio, potássio e magnésio. O estresse dispara a liberação de aldosterona que eleva a pressão arterial por fazer a célula reter sódio e perder potássio e magnésio. Se este efeito for prolongado, teremos um quadro crônico de retenção hídrica e hipertensão arterial.
O córtex também produz todos os hormônios sexuais, mas em pequenas quantidades. Um dos hormônios, o DHEA, que é fracamente androgênico, é fabricado em grandes quantidades nos homens e mulheres.
Assim, as adrenais respondem a qualquer estressor que aumente o requerimento de energia. Jejum, infecção, exercício intenso, dor, inflamação e estresse mental ou emocional estimulam a secreção de um hormônio liberador no hipotálamo, que diz às adrenais secretarem vários hormônios, dentre eles o cortisol.
O cortisol é extremamente importante para a sobrevivência quando um estresse de qualquer natureza está presente. Sem ele, não podemos sobreviver, mesmo ao estresse mais sutil. Mas, o excesso, por outro lado, leva a uma série de eventos indesejados: aumento de peso no abdome, elevação da glicose sanguínea, eleva a pressão arterial, desmineralização óssea (osteopenia/osteoporose), maior sensibilidade às infecções (incluindo fungos, como a cândida) pela desorganização do sistema imune. Com o tempo, as células adrenais sobrecarregadas durante anos começam a morrer e a glândula como um todo entra em fadiga e o corpo necessita recrutar outros hormônios para dar conta do trabalho: hormônios tireoidianos, insulina, progesterona e testosterona. Isso explica por que é tão devastador o estresse crônico, que mantém o cortisol persistentemente elevado no sangue.
Com o colesterol elevado, o cérebro torna-se menos sensível aos estrógenos, o que explica por que mulheres na menopausa, mesmo com razoáveis quantidades de estrogênio, aparecem os calores (fogachos), um sintoma da dominância estrogênica (na verdade, são os receptores cerebrais que estão alterados). Se esta mulher receber reposição de estrogênio ela, com certeza, entrará num quadro real de dominância estrogênica, com ganho de peso nos quadris, retenção de líquidos e alterações do humor… e os calores não desaparecem!
O cortisol cronicamente elevado leva à resistência de outros hormônios, o que torna contraproducente simplesmente repor o hormônio faltante. O equilíbrio hormonal somente será alcançado quando o fator estressante for corrigido.
O excesso de cortisol também é tóxico para as células cerebrais, o que provoca diminuição da memória de curto-prazo, o que faz o estresse um fator contributivo para a doença de Alzheimer e a demência senil. O cortisol ainda leva à osteoporose por bloquear os efeitos protetores ósseos da progesterona.
Cortisol balanceado é uma questão puramente individual, pois depende de hábitos saudáveis, descanso adequado, exercício moderado, alimentação adequada e colocar alegria em sua vida.
Tireoide - A tireoide trabalha em estreita ligação com as adrenais. Se a adrenal estiver fraca, a tireoide tende a compensar, e vice-versa. Com o tempo a tireoide se esgota e aparecem os primeiros sinais de hipotiroidismo, inicialmente subclínico para, em seguida, manifestar-se por completo. Os sinais de disfunção adrenal incluem pressão arterial baixa ou que demora a compensar (como ocorre quando depois de deitar, ao se levantar vem sensação de tontura ou visão borrada), intolerância ao exercício (cansaço extremo) e fadiga crônica (principalmente ao final do dia).
A dominância estrogênica inibe a atividade tireoidiana, enquanto a progesterona a promove.
Prolactina - O estresse também provoca a elevação de prolactina, responsável pelo estímulo para que as mamas produzam leite. Altos níveis de prolactina reduzem a produção de progesterona, que por sua vez aumentam os níveis de prolactina ainda mais.

Fonte:
http://ecologiacelular.com.br/o-equilibrio-hormonal-antes-e-depois-da-menopausa/

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