sábado, 10 de fevereiro de 2018

Equilíbrio hormonal (antes e depois da menopausa) parte 2

A relação entre hormônios femininos e masculinos
Como você pôde perceber no esquema acima, hormônios masculinos (ou androgênios) são precursores de hormônios femininos. Existem duas fases que marcam a produção hormônios sexuais, a adrenarca, quando a adrenal começa a produzir DHEA e a puberdade, quando, no homem, os testículos começam a produzir testosterona, e na mulher, os ovários começam a produzir estrogênios e progesterona. A produção de DHEA começa ao mesmo tempo, tanto no homem, quanto na mulher.
Noventa por cento do DHEA circula na forma de S-DHEA que serve como reserva que pode ser convertida facilmente na forma ativa. Níveis elevados de DHEA em idosos estão ligados a maior qualidade e expectativa de vida.
A mulher produz 10% da quantidade de progesterona produzida pelo homem. Na perimenopausa a produção de testosterona e a metade da produzida aos 20 anos. Mesmo após a menopausa, os ovários continuam produzindo testosterona e androstenediona, que é precursora do DHEA e é transformada em estrógenos quando alcança as células gordurosas.

Os hormônios femininos: Estrógenos
Estrógeno é o nome de uma classe de compostos com propriedades estrogênicas, incluindo os três principais estrógenos humanos (estradiol, estrona e estriol), estrógenos animais, estrógenos sintéticos, fitoestrógenos e xenoestrógenos. A origem do nome vem do grego estrus, que significa calor ou fertilidade.
São eles os responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção dos órgãos sexuais femininos a partir da puberdade, incluindo o aparecimento das características secundarias, como crescimento dos seios e pelos pubianos, a manutenção dos ciclos menstruais e da gestação. O principal papel dos estrógenos é controlar o crescimento e função do útero, especificamente, provocando a proliferação do endométrio (uma camada mucosa rica em vascularização) e preparando-o para a gravidez.
Os estrógenos atuam também nos ovários, cérvice uterina, trompas de falópio, genitália externa e mamas. Como regra geral, estimulam o crescimento celular, e por isso, quando em excesso podem induzir ao câncer. O excesso ainda provoca deficiência de zinco, magnésio e vitaminas do complexo B.
Existem, sem dúvida alguma, boas razões evolucionárias para alguns dos efeitos aparentemente negativos do estrogênio no corpo humano, como a retenção de líquidos e o aumento de peso. Se considerarmos o estrogênio em termos de procriação e sobrevivência do feto, parece ser vantajoso para a criança que a mãe grávida tenha condições de armazenar gordura corpórea, como precaução para os períodos de escassez de alimentos.
Assim, os efeitos do estrogênio abrangem muito mais que sua ação de dar forma ao corpo feminino e que seu estímulo para o útero e seios. Em períodos de fome intensa, quando a mulher esteja nutricionalmente incapacitada de levar a cabo uma gravidez, a produção de estrogênio diminui, para evitar a fertilidade. Em tempos de constante abundância de alimentos, porém, os efeitos do estrogênio são potencialmente perigosos.

A dominância estrogênica
O maior estudioso sobre os hormônios femininos, John Lee, desenvolveu um importante conceito: a dominância estrogênica. Ela descreve uma condição onde a mulher possui níveis de estrógenos baixos, normais ou elevados, mas com pouca ou nenhuma progesterona para contrabalançar seus efeitos no corpo. Mesmo uma mulher com baixos índices de estrógenos pode apresentar sintomas de dominância estrogênica se ela não produz progesterona suficiente.
Além das mulheres é possível falar em dominância estrogênica mesmo para homens e crianças, por que há muito estrógeno permeando o meio ambiente. Precisaríamos viver numa bolha isolada do mundo para escapar aos estrógenos presentes nos pesticidas e resíduos industriais contendo dioxinas e outros bifenilos policlorados (PCB) e diclorodifeniltricloroetileno (DDE); recipientes plásticos produzidos com bisfenol-A (BPA) e fitalatos; cano de descarga de veículos automotores; carnes, leite e derivados contaminados por hormônios estimulantes do crescimento; alimentos à base de soja; utensílios de cozinha antiaderentes (ácido perfluoroctanóico ou Teflon); sabões; gases que emanam do mobiliário, carpetes e tintas em nossa própria casa; fragrâncias e produtos “com cheirinho”, incluindo os produtos de uso pessoal que contêm petroderivados; esmaltes de unha e seus removedores; e a própria água que chega às nossas casas, mesmo que filtrada.
Esses xenoestrógenos contribuem para suprimir a liberação pelo hipotálamo do hormônio luteinizante (LH), responsável por sinalizar ao ovário para liberar o óvulo e começar a produção de progesterona. Mulheres com baixos níveis de LH têm maior dificuldade para engravidar, têm mais TPM e ciclos menstruais irregulares.
Nas mulheres, a dominância estrogênica é mais visível devido à falta da ovulação. Por volta dos 25 anos, as mulheres podem não ovular em alguns dos ciclos menstruais. Ovulação é o momento quando um folículo ovariano libera um óvulo que trafega pela trompa de falópio em direção ao útero. Depois de liberar o óvulo, o folículo vazio se transforma no corpo lúteo que passa a produzir progesterona. Se não houver ovulação, não haverá progesterona. Devido à presença do estrogênio, o ciclo pode parecer normal, mas é provável que a mulher experimente, na segunda metade do ciclo, sintomas de TPM, retenção de liquido, ganho de peso, aumento de sensibilidade nas mamas, alteração do humor e cólica menstrual.
Existem muitas causas para os ciclos anovulatórios, mas um dos mais comuns é o estresse. A sabedoria do corpo desenvolvida durante a evolução determina que o corpo feminino sob estresse não é o melhor ambiente para uma gestação. O estresse pode vir travestido de exercícios físicos em excesso, na dieta hipocalórica, na alimentação pró-inflamatória e nos estados fortemente emocionais. São comuns numa sociedade que privilegia um comportamento competitivo, principalmente nos ambientes corporativos, ou mesmo num ambiente familiar tenso e pouco afetivo.
A combinação de dominância estrogênica e estresse cria um ciclo vicioso, com insônia e ansiedade, que requer mais produção de cortisol pelas adrenais. Basta alguns anos para colocar esta mulher num estado “ligada, mas cansada”, resultando em disfunção adrenal e fadiga crônica.
Outra causa comum de dominância estrogênica é a histerectomia (retirada do útero), pois mesmo que os ovários sejam poupados, seu suprimento sangüíneo é severamente comprometido, e eles deixam de funcionar dentro de dois anos depois da cirurgia. Se adicionarmos a este quadro o mantra médico de suplementar esta mulher com estrogênio sintético a dominância estrogênica está garantida.
Endometriose e ovários policísticos são os indicadores de que uma grave dominância estrogênica está ocorrendo e revelam toxicidade ao estrogênio.
Dar estrogênio a mulheres que não necessitam dele é irresponsável e perigoso, pois leva a mais retenção de líquido, inchaço nas mamas, cistos ou fibrose nas mamas, dor de cabeça, depressão, acúmulo de gordura e fluxo menstrual intenso. Os verdadeiros sinais da deficiência estrogênica são fogacho, suor noturno e secura vaginal.
Os médicos deveriam aprender a identificar as mulheres de acordo com sua responsividade aos estrógenos. Podemos dividi-las em dois grupos:
Baixa responsividade: seios caídos e pequenos, face pálida, magra, perda de memoria, fissuras labiais, secura vaginal, ciclos curtos, baixa resistência física. São mulheres que requerem doses maiores de estrogênio
Alta responsividade: retenção hídrica, seios sensíveis, mioma, grandes perdas menstruais, ovários policísticos, fibrose mamária, TPM, nervosismo, cistos mamários, descontrole emocional. São mulheres que necessitam de baixas doses de estrogênio e doses maiores de progesterona.

Os hormônios femininos: Progesterona
Progesterona é o nome do hormônio produzido pelo corpo lúteo depois da ovulação e em pequena quantidade pelas adrenais. É uma molécula específica produzida pelos mamíferos que tem múltiplas ações no corpo, afetando virtualmente cada tecido do corpo.
Progestinas são análogos químicos sintéticos da progesterona, fabricados e patenteados pelas companhias químicas. Não existem na natureza e são estranhas ao organismo humano, possuindo, em geral, efeito mais potente que a própria progesterona. Por isso, sua toxicidade também é grande: gases, seios dolorosos, fadiga, depressão, pele e olhos secos, constipação, ansiedade, dor muscular e articular.
Além disso, progestinas inibem a produção natural de progesterona e competem com os receptores de progesterona, bloqueando a própria progesterona natural.
A fisiologia da progesterona natural parece ter sido totalmente negligenciada pela ciência médica, que tem se concentrado, erroneamente, no hormônio estrogênio. Considerando que a progesterona natural não é patenteável e ainda é barata, não surpreende que isso tenha acontecido. É importante, porém, ter-se um entendimento e uma avaliação bem mais amplos a respeito deste extraordinário hormônio.
A progesterona é responsável por manter a secreção do endométrio, que é necessária para a sobrevivência do embrião, bem como pelo desenvolvimento do feto ao longo da gestação. É pouco percebido, no entanto, que a progesterona é a mãe de todos os hormônios. A progesterona é importante precursora na biossíntese dos corticosteroides suprarrenais (hormônios que protegem contra o estresse) e de todos os hormônios sexuais (testosterona e estrogênio).
Isso significa que a progesterona tem a faculdade de ser transformada em outros hormônios ao longo do caminho, à medida que e quando o organismo precisar deles. É preciso que seja enfatizado que o estrogênio e a testosterona são produtos metabólicos finais feitos da progesterona. Não havendo uma quantidade adequada de progesterona, o estrogênio e a testosterona não estarão suficientemente disponíveis no organismo.

Fonte:
http://ecologiacelular.com.br/o-equilibrio-hormonal-antes-e-depois-da-menopausa/

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