sábado, 3 de março de 2018

Carboidratos viciam mais do que cocaína?

A edição de setembro da GQ traz grátis um suplemento especial de 66 páginas sobre saúde e bem-estar. Uma de nossas matérias especiais na edição pergunta se “é possível os carboidratos viciarem mais do que cocaína?”. A resposta é assustadora. Leia… 
Estou em um estabelecimento que vende drogas. Observo uma fila de pessoas no balcão, comprando livremente uma mercadoria que, para algumas, poderá se transformar (se ainda não se transformou) em um vício capaz de arruinar sua vida. Quem sabe você esteja no mesmo caminho. O problema nem sempre é evidente: nada que se compare ao massacre associado à cocaína ou ao álcool. É um vício que demora a se revelar, mas com percurso igualmente traiçoeiro. O lugar é uma padaria. E, certamente, aqui vende-se saladas e produtos light. Mas por que a oferta de bolos e docinhos supera a de alimentos saudáveis? Porque os carboidratos – assim como a cocaína – dão barato. E esse barato pode levar à fissura quando se fica muito tempo sem uma “dose”. Só que, diferentemente da cocaína, o consumo de carboidratos faz mais do que estabelecer novas conexões no sistema neurológico: o corpo sofre uma espécie de curto-circuito. Nosso metabolismo normalmente armazena energia para ser usada como combustível. Só que calorias não queimadas viram estoque de gordura. Quando a fome bate, você não fica doido para comer o que estiver à mão, mas deseja as mesmas besteiras cheias de calorias que o levaram à dependência. Pense nesse efeito como o de uma droga.
Em defesa dos carboidratos: a recomendação internacional defende que esses nutrientes componham 30% das refeições principais. Sob forma de amidos e açúcares, estão em pães, cereais, massas, frutas, doces, sucos e cerveja – basicamente qualquer coisa que não seja proteína ou gordura. “Mas você pode passar a vida toda sem ingerir um único carboidrato – exceto aquele do leite materno ou da diminuta quantidade da carne – e provavelmente viverá bem”, afirma Gary Taubes, autor do livro Boas Calorias, Más Calorias (Good Calories, Bad Calories, inédito no Brasil).
Dormindo, o organismo queima gordura
Açúcar e amido fornecem energia em forma de glicose, fonte para as células vermelhas do sangue – e também a preferida pelo cérebro. Na falta de glicose, o organismo queima gordura para gerar energia. É o que acontece enquanto você dorme, sem comer por oito horas. “O cérebro necessita de carboidratos como combustível”, diz Taubes (que acaba de lançar Por que Engordamos (Why We Get Fat, também inédito aqui). “Mas o corpo é perfeitamente capaz de buscar energia nas proteínas, nos vegetais e na gordura animal.” Como escreveram doutores da Universidade Harvard no Journal of the American Medical Association, “carboidratos são nutrientes absolutamente desnecessários para o ser humano”.
Dependência - O problema não está exatamente nos carboidratos, mas na dependência que estabelecemos deles. Ao ativar áreas do cérebro ligadas ao prazer, eles derrubam nossas defesas contra a comilança desenfreada e nos deixam gordos e mal nutridos. Quanto mais comemos alimentos ricos em carboidratos, mais queremos comer – o processo é semelhante ao das drogas viciantes. Em 2007, um experimento feito com ratos na Universidade de Bordeaux, na França, mostrou que, quando os bichos podiam escolher entre cocaína intravenosa e um adoçante, 94% preferiram o substituto do açúcar. A conclusão foi a de que a doçura intensa funciona, para os receptores cerebrais, como um estímulo maior do que o da cocaína, de tal forma que, ao chegar ao centro de recompensa cerebral, suprime os mecanismos de autocontrole, levando à dependência.
Sintomas de abstinência - Nicole Avena, especialista em neurociência comportamental da Universidade da Flórida (EUA) que se dedicou à análise de cobaias alimentadas com açúcar, afirma que o consumo de doces leva ao desejo compulsivo e a sintomas de abstinência. Isso porque tanto carboidrato como cocaína e anfetamina envolvem os mesmos circuitos cerebrais sob o comando do sistema nervoso central. Alimentos altamente calóricos injetam no sangue dopamina, neurotransmissor que, ao atingir o centro de recompensa do cérebro, gera um efeito imediato de bem-estar e felicidade – o mesmo que causa a dependência química. Tudo o que dá prazer, guloseima ou droga, aciona uma rede complexa de neurônios que, ao ser ativada, reconhece a sensação agradável, cristaliza-a na memória e provoca a repetição do gesto.
Como a natureza é sábia, a sensação de prazer associada à macarronada ou ao sorvete é a arma do cérebro para garantir que não falte energia para o corpo funcionar. Assim que você põe na boca um alimento calórico, começa a produção da dopamina. “Esse mecanismo é fundamental para nossa sobrevivência”, explica Paulo Jannuzzi Cunha, neuropsicólogo do Laboratório de Investigações Médicas do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). “O consumo de carboidratos provoca um prazer intenso que vai embora rápido, o que leva ao desejo de ingerir aquilo de novo para ter de volta a satisfação perdida.”
Ação da dopamina
“Brigadeiro e pão francês, por exemplo, ativam o centro de recompensa de maneira tão rápida e intensa que a mensagem de saciedade é simplesmente ignorada pelo cérebro”, continua Cunha, especialista em comportamentos impulsivos. Resultado: você continua a se empanturrar. E, assim como acontece com dependentes de drogas, o córtex pré-frontal (centro moral do cérebro) não consegue se sobrepor à ação da dopamina. Assim, o que prevalece é a memória da satisfação proporcionada pela guloseima, na região do hipocampo. E aí tudo o que você quer é, mais uma vez, cair de boca nos bombons e nos sonhos de padaria para ter bem-estar. “Não é o caso de declarar guerra ao carboidrato”, enfatiza o neurologista. “O importante é controlar o impulso, adiar a gratificação e evitar o imediatismo.”
Receptor prejudicado
Se você adotar uma dieta pobre nesse nutriente, seu corpo vai queimar estoques de gordura. Já comer carboidratos em grande quantidade (principalmente os refinados, como açúcar, farinha branca e refrigerantes) obriga o pâncreas a liberar cada vez mais insulina. Esse hormônio, como uma chave que se encaixa com perfeição na fechadura, se liga a seu receptor localizado na membrana da célula e “abre a porta” para a passagem da glicose. A ingestão excessiva de carboidratos prejudica o funcionamento do receptor, pois em altas doses a glicose desequilibra a fabricação de insulina e modifica a própria membrana das células, que passam a negar a entrada do açúcar. Ele, então, sobra na circulação e acaba armazenado em forma de gordura.
Pré-diabetes
Para piorar, o tecido adiposo favorece a resistência à insulina – o chamado pré-diabetes. Em altas doses, esse hormônio não apenas predispõe o corpo a estocar gordura, mas dificulta sua queima e aciona uma fome de leão. Para saciá-la, você não come qualquer coisa, mas algo rico em… açúcar e farinha. Os cartéis de droga apenas sonham com um narcótico que crie um ciclo de dependência tão poderoso (e pernicioso) quanto o dos pós brancos que guardamos na despensa. Este ano, o americano Robert Lustig, endocrinologista da Universidade da Califórnia (EUA), foi capa da revista do New York Times defendendo restrições à venda de doces e refrigerantes, como acontece com álcool e cigarros, por causarem igual dependência. Lustig foi além ao afirmar que, como a frutose, o açúcar das frutas, produz um efeito nocivo sobre o fígado comparável ao das bebidas alcoólicas (por causa do mesmo tipo de metabolização), deveríamos limitar o consumo de sucos. Para ele, as frutas são saudáveis por conterem fibras, mas seu suco, nem tanto.
Índice glicêmico
A nutricionista brasileira Anna Castilho, especializada em reeducação alimentar, lembra que carboidratos têm papel importante na recuperação e no crescimento muscular. A insulina liberada por pães e massas transporta os aminoácidos (“tijolos” de proteínas) para as células musculares, melhorando o desempenho. Em vez de banir os carboidratos, diz Anna, fique de olho no índice glicêmico (IG), medida que indica a velocidade com que a glicose é liberada no sangue assim que se ingere um alimento. Quanto mais alto o IG (caso de biscoitos, arroz e pão brancos), mais rápidas a digestão, absorção e sensação de fome. Alimentos com baixo IG (como cereais, pão e arroz integrais, verduras e legumes), ao contrário, retardam o esvaziamento gástrico e prolongam a saciedade.
É possível livrar-se da dependência dos carboidratos? Segundo Gary Taubes, não nos resta alternativa a não ser tentar. “Há evidências de que a fissura acaba depois de um tempo, mas é difícil precisar se isso acontece em semanas ou anos”, afirma. O assustador é que, como um viciado em recuperação, você provavelmente nunca estará 100% curado e ainda correrá o risco de recaídas.

Fonte:
http://www.lowcarb-paleo.com.br/2012/09/obrigado-ao-leitor-fabio-mossmann-por.html

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Equilíbrio hormonal (antes e depois da menopausa) parte 4

Exposição a toxinas
Diminuir a exposição às toxinas é um dos fatores fundamentais para diminuir a inflamação oculta. Somos expostos cotidianamente ao xenoestrógenos encontrados nos pesticidas, plásticos, acetonas e outros poluentes industriais. Você pode começar limpando sua casa dos produtos de limpeza, jogando fora os inseticidas, herbicidas, fungicidas, espirais, aerossóis etc. (os jogadores matutinos de golfe devem ter muito cuidado). Restrinja ao máximo a aplicação de esmaltes e removedores de esmalte, principalmente no caso de crianças e adolescentes (não há, até o momento, alternativa segura). Não use amaciantes ou sabões em pó com petroderivados nas roupas que entraram em contato com sua pele; sem esquecer de que o “cheirinho” ainda será inalado. Prefira sempre produtos sem cheiro.
Uma casa nova é uma sopa de gases tóxicos, por isso, mudanças, reformas e pinturas não são recomendados para mulheres grávidas ou com crianças pequenas, os que mais sofrem nesses casos. Lembre-se de que estas toxinas têm ação residual e continuam atuando mesmo depois do cheiro ter desaparecido do ambiente. Estas recomendações podem ser desafiadoras, mas considere o futuro de seus filhos.
Não acredite nos rótulos de produtos de limpeza e uso pessoal, mesmo que estampem a propaganda de orgânico, natural, hipoalergênico ou dermatologicamente testado. A legislação sobre esses produtos é muito permissiva: um produto pode conter apenas um único ingrediente orgânico para receber o rotulo de “orgânico”. Virtualmente todos os produtos disponíveis para uso no corpo contêm estas substâncias nocivas. A verdade é que a maioria das mulheres entra em contato com estas substâncias até antes da puberdade, usando-as semanalmente por durante toda a idade adulta; já dá para prever o que acontecerá por volta dos 50 anos!
Todos somos vítimas desta obsessão social de que tudo deve ter cheirinho. A exposição eventual não é problemática para a maioria das pessoas, mas não é bom para seus hormônios e sua saúde estar submetido a estes agentes estressantes em sua casa ou seu ambiente de trabalho.

Exercícios & Equilíbrio Hormonal
Se você tem levado uma existência estilo “saco-de-batatas”, considere começar algum tipo de exercício, mesmo que moderado regularmente. Seu equilíbrio hormonal melhorará dramaticamente em poucos meses. O corpo humano foi desenhado para o movimento. Cada sistema de seu corpo, cada órgão, músculos, ossos… funcionam melhor quando são chacoalhados, puxados e esticados regularmente.

Dicas
Hormônios derivados de plantas: não são extraídos da planta, mas modificados em laboratório para criar os hormônios, como a diosgenina e dioscórea, ambas precursoras da progesterona, mas sem ação hormonal direta. Ao contrário do que muitos médicos pensam não se transformam em progesterona no corpo.
Entretanto, um ponto é importante: tomar um hormônio sintético estranho ao organismo é uma das maneiras mais rápidas de confundi-lo e colocá-lo em desequilíbrio. Essas drogas foram criadas não por que trabalham melhor que os hormônios naturais, mas por que podem ser patenteadas e gerar maior lucro.
Lembrete: 
  1. dominância estrogênica é igual a progesterona insuficiente (mesmo se o estrogênio estiver baixo ou normal); 
  2. se depois de usar hormônios naturais por alguns meses os sintomas voltarem: 
    • a dose está alta; 
    • o momento de usar está errado; 
    • deve haver a concorrência dos outros fatores.
Sintomas comuns: acne/pele oleosa (testosterona alta); mamas sensíveis (dominância estrogênica, cafeína); baixa libido (testosterona baixa, dominância estrogênica, estresse); olhos secos (dominância estrogênica, testosterona baixa); pele seca (estrogênio baixo, hipofunção da tireoide); cabelo seco (progesterona baixa); endometriose (exposição à xenoestrógenos); ganho de peso: quadril, glúteo e coxa (dominância estrogênica), abdome (resistência insulínica); mama fibrocística (dominância estrogênica); fogacho/calores (estrogênio baixo, progesterona baixa, perimenopausa); suor noturno (estrogênio baixo, dominância estrogênica, progesterona baixa); cisto de ovário (açúcar e refinados, que eleva a insulina que estimula os ovários a produzir androgênios); relação sexual dolorosa (estrogênio baixo, testosterona baixa); TPM (dominância estrogênica); pele fina (testosterona baixa, estrogênio baixo); mioma uterino (dominância estrogênica); secura vaginal (estrogênio baixo, testosterona baixa); retenção liquida (dominância estrogênica, estrogênio alto).
Natural x sintético: os hormônios naturais ao corpo são estradiol, estrona, estriol, progesterona e testosterona; androstenediona e dehidroepiandrosterona (DHEA) são naturais, mas podem se transformar em estrogênio no corpo.
Freqüência de uso: fazer pausa de 4 a 5 dias a cada mês; revitaliza os receptores; sangramento vaginal na menopausa significa estrogênio em excesso: sinal para diminuir a dosagem.
SHBG elevado inativa os hormônios tornando-os menos disponíveis para as células: pode significar inflamação, pressão alta, triglicerídeos altos e hipofunção da tireoide.
A progesterona transdérmica funciona melhor, pois passa pela pele e atinge rapidamente o tecido subcutâneo. Quanto maior a deficiência, mais rápida é a absorção. Essa via de aplicação é a que mais se aproxima da liberação natural do hormônio pelos ovários. Deve ser aplicada alternadamente onde a pela é fina (palmas, plantas, face interna dos braços, atrás dos joelhos, abaixo das escapulas), mamas (se houver cistos) ou vaginal (se houver secura). Uma sugestão é aplicar duas vezes ao dia, usando uma quantidade maior à noite e menor pela manhã. Evite passar progesterona nos glúteos, face interna da coxa e abdome, e estrogênio nas mamas, face e pescoço. Não aplique hormônios em áreas onde você aplica outros cremes.
Hormônios e câncer: Os trabalhos que mostram a correlação entre progesterona e câncer usaram, na verdade, progestina (sintética) e não progesterona natural. Não é o estrogênio que causa câncer, mas a dose excessiva e a dominância estrogênica aumentam o risco.
Nunca se deve usar estrogênio sem progesterona. Estrogênio aumenta ceruloplasmina que se liga ao cobre e impede sua entrada nas células cerebrais e consequentemente o zinco sobe, levando à reações exageradas ao estresse.
Mulheres com elevação de testosterona: perda de cabelo, crescimento de pelos no resto do corpo, acne, ovários policísticos e irritabilidade.
Depois da menopausa, por volta dos 55 anos, os ovários produzem 60% menos estrogênios e quase nenhuma progesterona, mas continuam produzindo testosterona até os 70 anos (por isso, é raro usar suplementação antes desta idade). E ao contrário da crença popular (incluindo os médicos), os ovários não param de funcionar com a menopausa. O estroma, a parte interna, ainda é capaz de fabricar todos os hormônios esteroides até o final da vida. Um deles, a androstenediona, um hormônio masculino, pode ser convertido a estrógenos nas células gordurosas, mas esta ação pode ser bloqueada quando há excesso de insulina.
Se depois de 6 meses usando creme de progesterona a libido continuar baixa, avalie os níveis de testosterona e DHEA (estresse, hipofunção da tireoide também contribuem). O excesso de estrogênio ou progesterona na reposição também diminui a libido.
Dominância estrogênica: 10 ou 15 anos antes da menopausa, muitas mulheres têm ciclos anovulatórios, isto é, produzem estrogênio suficiente, mas não progesterona. Usar creme de progesterona pode prevenir os sintomas da TPM, sinal de dominância estrogênica. O estresse também contribui para a TPM, pois o cortisol ompete pelos receptores da progesterona.
Transdérmico (creme, gel ou óleo). Começa a circular segundos após a aplicação e alcança seu pico em 3 ou 4 horas, mantendo nível adequado por 12 horas. Usar 2 vezes ao dia, sendo a quantidade maior à noite pode ser uma boa ideia. É a forma de absorção mais efetiva. Também deve haver rotação entre os locais de aplicação.
80% da progesterona mensurável no plasma são de metabólitos inativos da progesterona.
Algumas mulheres, ao tomarem altas doses de progesterona a convertem em deoxicorticosterona que provoca mamas pesadas, gases e fadiga.
Na histerectomia, ocorre uma menopausa induzida 1 ou 2 anos depois, pois os ovários perdem muito de sua vascularização e param de funcionar. Além disso, há diminuição na produção de DHEA e testosterona à metade.
Importante: aplicar após o banho.
Se os calores voltarem a ocorrer durante a pausa, tente reduzir a dose gradualmente 2 ou 3 dias antes da pausa e, se não funcionar, reduza o tempo de pausa para 3 dias.
A progesterona desempenha papel fundamental na acne e pelos faciais dos meninos por bloquear a conversão de testosterona em DHT, que ocorre dentro da célula. A progesterona bloqueia a 5-alfa-redutase (que faz esta conversão) por ocupar o sítio de ligação da enzima, prevenindo a formação e a ação do DHT.
Meninas que desenvolvem pelos faciais, cabelos finos, abdome proeminente estão com déficit de enzimas e cofatores (vitaminas e minerais) necessários para a conversão de androstenediona em estrógenos. Esta dominância androgênica também pode ocorrer na dieta rica em açucares e carboidratos.
Pacientes com DHEA com nível normal, mas na metade inferior da faixa, com história de fadiga crônica, experimente suplementar e observe a resposta.
Algumas mulheres produzem muitos androgênios na menopausa, por estímulo do LH (hormônio luteinizante), pois não há mais o ciclo estrogênio/progesterona que a acompanhou durante a vida fértil e isso faz com que o corpo não a elimine adequadamente. É a progesterona que induz à eliminação da testosterona em excesso, suprimindo o SHBG e por inibir a 5-alfa-redutase (que converte a testosterona em DHT).
O FSH estimula o ovário a produzir estrógenos, provoca a maturação do folículo e sensibiliza os receptores deste ao LH. O LH, por sua vez, aumenta 1 ou 2 dias antes da ovulação e cai abruptamente assim que o corpo lúteo começa a produzir progesterona.

Fonte:
http://ecologiacelular.com.br/o-equilibrio-hormonal-antes-e-depois-da-menopausa/

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Equilíbrio hormonal (antes e depois da menopausa) parte 3

Como a nutrição interfere no equilíbrio hormonal:
Carboidratos
O açúcar entra no corpo na forma de glicose, o principal combustível para o corpo, principalmente o cérebro. Essa glicose pode vir dos brócolis ou de um bolo de aniversário, pois ambos são fontes de carboidratos. A diferença está na velocidade com que esta glicose entra na corrente sanguínea, mais lento no caso dos carboidratos complexos (brócolis) e mais rápido nos carboidratos simples (bolo). O excesso de glicose é tóxico para o rim e outros órgãos, por isso, entra em cena a insulina, secretada pelo pâncreas, cujo trabalho é fazer com que a glicose saia do sangue e penetre nas células (uma célula possui mais de 20.000 receptores para insulina). Uma grande quantidade de glicose no sangue libera grandes quantidades de insulina. Entretanto, a insulina também é tóxica, e assim, seu corpo fica em maus lençóis! Uma lata de Coca-Cola, por exemplo, contém 6 colheres de chá de açúcar (não há um único estudo mostrando que refrigerantes diet contribuem para a perda de peso, apesar dos milhões de dólares gastos em pesquisa para tentar provar isto).
O sangue carrega cerca de uma hora de suprimento de glicose e a glicose adicional é convertida, primeiramente em glicogênio no fígado e músculos (o corpo estoca glicogênio suficiente para 4 ou 6 horas de moderada atividade física). Em seguida, o excesso de glicose que, por ventura, ainda esteja no sangue é estocada na forma de gordura. Se o aporte de glicose for mantido ao longo do dia, seu corpo não precisará queimar gorduras e seus estoques permaneceram intactos.
Dentro de cada receptor para a insulina há uma enzima (que parece funcionar melhor na presença de cromo), a tirosina-cinase, que ao ser ativada desencadeia uma cascata de eventos que abrem os canais para que a glicose penetre na célula. Quando ocorre a resistência insulínica, os canais não se abrem, a glicose se acumula no sangue e estimula o pâncreas a produzir mais insulina. O resultado final são níveis cada vez mais elevados de glicose e insulina, o que acaba por produzir mais gordura, resultando na elevação do colesterol, triglicerídeos, pressão arterial, culminando no depósito de gordura nas artérias. Na verdade, as únicas células que se beneficiam do excesso de glicose são as células cancerosas!
Com o tempo, a resistência insulínica provoca enfraquecimento das células musculares pela simples falta de combustível (glicose), e então, começa um ciclo vicioso de menos exercícios, mais ganho de peso, mais resistência insulínica… Com menos músculos e mais gordura o corpo perde a eficiência em utilizar energia e o metabolismo despenca. Dito de uma maneira clara: manter uma dieta rica em carboidratos num quadro como este é um convite para deixar este planeta mais cedo.
Podemos reconhecer os sinais da resistência insulínica pelo aumento da circunferência abdominal, simplesmente por que os depósitos de gordura tornam-se aparentes. Mas não se iluda, a gordura visível no abdome (homens), quadril e mamas (mulheres) é somente a ponta do iceberg: a gordura está presente também nas vísceras, como no fígado, o que impacta todo o metabolismo corporal.
Adicione a este quadro o estresse, que libera o cortisol, que também produz aumento da gordura abdominal. Portanto, se quando está estressado a primeira coisa que lhe vem à cabeça são doces, sorvetes, balas, refrigerantes, biscoitos e massas, sugiro que você busque urgentemente outro mecanismo de expiação.
E não ache que você está livre da resistência insulínica ou da toxicidade da glicose só por ser magro; a glicose agride as células e vários elementos presentes no sangue. Ela, por exemplo, destrói o colágeno, a proteína mais abundante em nosso corpo, provocando o envelhecimento precoce e contribuindo para a degeneração das cartilagens articulares (artrose) e do disco intervertebral (hérnia de disco).
Os carboidratos refinados também são reconhecidamente “roubadores” de zinco e retentores de cobre. A deficiência de zinco produz diminuição do gosto e cheiro, descamação das unhas, embranquecimento precoce e queda dos cabelos. O excesso de cobre leva a ansiedade, náuseas, dores articulares e musculares, eleva colesterol e pressão sanguínea, e provoca insônia.

Proteínas & Gorduras
Quer perder peso? Consuma proteínas e gorduras. O corpo quebra as proteínas em aminoácidos, alguns dos quais são armazenados no fígado para a produção de glucagon, o hormônio que permite a liberação de glicogênio, a glicose de back up. Se não houver a liberação de glicogênio, a glicose cai rapidamente no sangue, sinalizando a seus centros cerebrais uma mensagem de alerta e um desejo incontrolável de açúcar e carboidratos. E rápido!
Isso explica por que alguém que no café da manhã come um mix de cereais e granola (açúcar), um prato de verão ou salada no almoço (mais carboidratos), uma barra de cereais no meio da tarde (mais açúcar) e uma fatia de pão (carboidrato simples) com margarina (sem valor nutricional) não para de ganhar peso e se sente cansado durante o dia todo. Esse indivíduo se daria melhor com pão integral com manteiga e ovos ou abacate com tomate no café, mix de nozes no meio da manhã e da tarde, frango com salada no almoço e peixe ou uma sopa reforçada no jantar. Vai sobrar disposição até para uma atividade física.
Quando falo em gorduras, não estou falando de óleos hidrogenados ou trans encontrados em todos os produtos industrializados. Não confie nas embalagens ou propaganda: a legislação permite que um produto contenha até 500mg de trans em cada porção para ser considerada “LIVRE DE GORDURA TRANS” (TRANS FAT FREE). Atente para o fato: cada porção! Um pacote pode conter porções suficientes para ultrapassar a dose máxima recomendada pela ciência oficial, 1g por dia (muito embora seja questionável haver margem de segurança para esse tipo de gordura).
As gorduras animais, ao contrário de sua demonização nas últimas décadas, são facilmente digeridas (fazem parte de nossa dieta há milhões de anos), são queimadas mais rápida e eficientemente, aumentam a taxa metabólica e diminuem a ingestão de carboidratos. Esse tipo de gordura, ao chegar à boca, sinaliza ao restante do sistema gastrointestinal que um alimento rico em combustível e calorias está vindo, criando sinais de saciedade e diminuindo a quantidade de comida ingerida.
Experimente e encontre o que funciona melhor para você.

Estresse Vs Equilíbrio Hormonal:
Insulina & Hormônios - Insulina cronicamente elevada estimula os ovários a produzirem mais androgênios, tornando-se a principal causa dos ovários policísticos, além de provocar dor na metade do ciclo menstrual, aumento de pelos na face e braços e queda de cabelo. O uso indiscriminado de refinados e açúcares transformam esse quadro numa verdadeira epidemia entre adolescentes e mulheres jovens. Mulheres com ovários policísticos não ovulam, portanto, não produzem progesterona, o que leva à dominância estrogênica. O aumento de andrógenos, por sua vez, provoca deposição de gordura nos quadris e mamas, tornando-se um fator de risco para o câncer de mama: o tecido gorduroso ao redor das células mamárias produz estrogênio que alimenta diretamente as células cancerosas.
Adrenais - As adrenais (supra-renais) são duas pequenas glândulas localizadas no topo dos rins que possuem duas porções, medula e córtex. 
A medula (interna) desempenha um papel na regulação do sistema nervoso simpático, principalmente quando estamos sob estresse: eleva a freqüência cardíaca, estreita os vasos sanguíneos, eleva a pressão e a glicose sanguínea, devido à liberação de dois hormônios, adrenalina e noradrenalina. Quando estamos estimulados por eles, tendemos a ficar alertas, focados e enérgicos. Este tipo de energia e particularmente valioso no mundo dos negócios. A má notícia é que a adrenalina e noradrenalina são hormônios desenhados para serem usados em emergências, para curtos períodos de intensa energia, e não para ser usado todo o tempo. O resultado é uma medula adrenal exaurida.
O córtex (externa) secreta três classes de hormônios: glicocorticóides, mineralocorticóides e androgênios. Ao contrário da medula, o córtex providencia respostas de longa duração ao estresse, sendo por isso, considerada essencial à vida.
Uma importante classe de glicocorticóides são os cortisois, responsáveis pela regulação do açúcar no sangue; o movimento de carboidratos, proteínas e gorduras para dentro e fora das células; inflamação; e função muscular. Já os mineralocorticóides, principalmente a aldosterona, regulam o equilíbrio de minerais nas células, principalmente sódio, potássio e magnésio. O estresse dispara a liberação de aldosterona que eleva a pressão arterial por fazer a célula reter sódio e perder potássio e magnésio. Se este efeito for prolongado, teremos um quadro crônico de retenção hídrica e hipertensão arterial.
O córtex também produz todos os hormônios sexuais, mas em pequenas quantidades. Um dos hormônios, o DHEA, que é fracamente androgênico, é fabricado em grandes quantidades nos homens e mulheres.
Assim, as adrenais respondem a qualquer estressor que aumente o requerimento de energia. Jejum, infecção, exercício intenso, dor, inflamação e estresse mental ou emocional estimulam a secreção de um hormônio liberador no hipotálamo, que diz às adrenais secretarem vários hormônios, dentre eles o cortisol.
O cortisol é extremamente importante para a sobrevivência quando um estresse de qualquer natureza está presente. Sem ele, não podemos sobreviver, mesmo ao estresse mais sutil. Mas, o excesso, por outro lado, leva a uma série de eventos indesejados: aumento de peso no abdome, elevação da glicose sanguínea, eleva a pressão arterial, desmineralização óssea (osteopenia/osteoporose), maior sensibilidade às infecções (incluindo fungos, como a cândida) pela desorganização do sistema imune. Com o tempo, as células adrenais sobrecarregadas durante anos começam a morrer e a glândula como um todo entra em fadiga e o corpo necessita recrutar outros hormônios para dar conta do trabalho: hormônios tireoidianos, insulina, progesterona e testosterona. Isso explica por que é tão devastador o estresse crônico, que mantém o cortisol persistentemente elevado no sangue.
Com o colesterol elevado, o cérebro torna-se menos sensível aos estrógenos, o que explica por que mulheres na menopausa, mesmo com razoáveis quantidades de estrogênio, aparecem os calores (fogachos), um sintoma da dominância estrogênica (na verdade, são os receptores cerebrais que estão alterados). Se esta mulher receber reposição de estrogênio ela, com certeza, entrará num quadro real de dominância estrogênica, com ganho de peso nos quadris, retenção de líquidos e alterações do humor… e os calores não desaparecem!
O cortisol cronicamente elevado leva à resistência de outros hormônios, o que torna contraproducente simplesmente repor o hormônio faltante. O equilíbrio hormonal somente será alcançado quando o fator estressante for corrigido.
O excesso de cortisol também é tóxico para as células cerebrais, o que provoca diminuição da memória de curto-prazo, o que faz o estresse um fator contributivo para a doença de Alzheimer e a demência senil. O cortisol ainda leva à osteoporose por bloquear os efeitos protetores ósseos da progesterona.
Cortisol balanceado é uma questão puramente individual, pois depende de hábitos saudáveis, descanso adequado, exercício moderado, alimentação adequada e colocar alegria em sua vida.
Tireoide - A tireoide trabalha em estreita ligação com as adrenais. Se a adrenal estiver fraca, a tireoide tende a compensar, e vice-versa. Com o tempo a tireoide se esgota e aparecem os primeiros sinais de hipotiroidismo, inicialmente subclínico para, em seguida, manifestar-se por completo. Os sinais de disfunção adrenal incluem pressão arterial baixa ou que demora a compensar (como ocorre quando depois de deitar, ao se levantar vem sensação de tontura ou visão borrada), intolerância ao exercício (cansaço extremo) e fadiga crônica (principalmente ao final do dia).
A dominância estrogênica inibe a atividade tireoidiana, enquanto a progesterona a promove.
Prolactina - O estresse também provoca a elevação de prolactina, responsável pelo estímulo para que as mamas produzam leite. Altos níveis de prolactina reduzem a produção de progesterona, que por sua vez aumentam os níveis de prolactina ainda mais.

Fonte:
http://ecologiacelular.com.br/o-equilibrio-hormonal-antes-e-depois-da-menopausa/

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Equilíbrio hormonal (antes e depois da menopausa) parte 2

A relação entre hormônios femininos e masculinos
Como você pôde perceber no esquema acima, hormônios masculinos (ou androgênios) são precursores de hormônios femininos. Existem duas fases que marcam a produção hormônios sexuais, a adrenarca, quando a adrenal começa a produzir DHEA e a puberdade, quando, no homem, os testículos começam a produzir testosterona, e na mulher, os ovários começam a produzir estrogênios e progesterona. A produção de DHEA começa ao mesmo tempo, tanto no homem, quanto na mulher.
Noventa por cento do DHEA circula na forma de S-DHEA que serve como reserva que pode ser convertida facilmente na forma ativa. Níveis elevados de DHEA em idosos estão ligados a maior qualidade e expectativa de vida.
A mulher produz 10% da quantidade de progesterona produzida pelo homem. Na perimenopausa a produção de testosterona e a metade da produzida aos 20 anos. Mesmo após a menopausa, os ovários continuam produzindo testosterona e androstenediona, que é precursora do DHEA e é transformada em estrógenos quando alcança as células gordurosas.

Os hormônios femininos: Estrógenos
Estrógeno é o nome de uma classe de compostos com propriedades estrogênicas, incluindo os três principais estrógenos humanos (estradiol, estrona e estriol), estrógenos animais, estrógenos sintéticos, fitoestrógenos e xenoestrógenos. A origem do nome vem do grego estrus, que significa calor ou fertilidade.
São eles os responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção dos órgãos sexuais femininos a partir da puberdade, incluindo o aparecimento das características secundarias, como crescimento dos seios e pelos pubianos, a manutenção dos ciclos menstruais e da gestação. O principal papel dos estrógenos é controlar o crescimento e função do útero, especificamente, provocando a proliferação do endométrio (uma camada mucosa rica em vascularização) e preparando-o para a gravidez.
Os estrógenos atuam também nos ovários, cérvice uterina, trompas de falópio, genitália externa e mamas. Como regra geral, estimulam o crescimento celular, e por isso, quando em excesso podem induzir ao câncer. O excesso ainda provoca deficiência de zinco, magnésio e vitaminas do complexo B.
Existem, sem dúvida alguma, boas razões evolucionárias para alguns dos efeitos aparentemente negativos do estrogênio no corpo humano, como a retenção de líquidos e o aumento de peso. Se considerarmos o estrogênio em termos de procriação e sobrevivência do feto, parece ser vantajoso para a criança que a mãe grávida tenha condições de armazenar gordura corpórea, como precaução para os períodos de escassez de alimentos.
Assim, os efeitos do estrogênio abrangem muito mais que sua ação de dar forma ao corpo feminino e que seu estímulo para o útero e seios. Em períodos de fome intensa, quando a mulher esteja nutricionalmente incapacitada de levar a cabo uma gravidez, a produção de estrogênio diminui, para evitar a fertilidade. Em tempos de constante abundância de alimentos, porém, os efeitos do estrogênio são potencialmente perigosos.

A dominância estrogênica
O maior estudioso sobre os hormônios femininos, John Lee, desenvolveu um importante conceito: a dominância estrogênica. Ela descreve uma condição onde a mulher possui níveis de estrógenos baixos, normais ou elevados, mas com pouca ou nenhuma progesterona para contrabalançar seus efeitos no corpo. Mesmo uma mulher com baixos índices de estrógenos pode apresentar sintomas de dominância estrogênica se ela não produz progesterona suficiente.
Além das mulheres é possível falar em dominância estrogênica mesmo para homens e crianças, por que há muito estrógeno permeando o meio ambiente. Precisaríamos viver numa bolha isolada do mundo para escapar aos estrógenos presentes nos pesticidas e resíduos industriais contendo dioxinas e outros bifenilos policlorados (PCB) e diclorodifeniltricloroetileno (DDE); recipientes plásticos produzidos com bisfenol-A (BPA) e fitalatos; cano de descarga de veículos automotores; carnes, leite e derivados contaminados por hormônios estimulantes do crescimento; alimentos à base de soja; utensílios de cozinha antiaderentes (ácido perfluoroctanóico ou Teflon); sabões; gases que emanam do mobiliário, carpetes e tintas em nossa própria casa; fragrâncias e produtos “com cheirinho”, incluindo os produtos de uso pessoal que contêm petroderivados; esmaltes de unha e seus removedores; e a própria água que chega às nossas casas, mesmo que filtrada.
Esses xenoestrógenos contribuem para suprimir a liberação pelo hipotálamo do hormônio luteinizante (LH), responsável por sinalizar ao ovário para liberar o óvulo e começar a produção de progesterona. Mulheres com baixos níveis de LH têm maior dificuldade para engravidar, têm mais TPM e ciclos menstruais irregulares.
Nas mulheres, a dominância estrogênica é mais visível devido à falta da ovulação. Por volta dos 25 anos, as mulheres podem não ovular em alguns dos ciclos menstruais. Ovulação é o momento quando um folículo ovariano libera um óvulo que trafega pela trompa de falópio em direção ao útero. Depois de liberar o óvulo, o folículo vazio se transforma no corpo lúteo que passa a produzir progesterona. Se não houver ovulação, não haverá progesterona. Devido à presença do estrogênio, o ciclo pode parecer normal, mas é provável que a mulher experimente, na segunda metade do ciclo, sintomas de TPM, retenção de liquido, ganho de peso, aumento de sensibilidade nas mamas, alteração do humor e cólica menstrual.
Existem muitas causas para os ciclos anovulatórios, mas um dos mais comuns é o estresse. A sabedoria do corpo desenvolvida durante a evolução determina que o corpo feminino sob estresse não é o melhor ambiente para uma gestação. O estresse pode vir travestido de exercícios físicos em excesso, na dieta hipocalórica, na alimentação pró-inflamatória e nos estados fortemente emocionais. São comuns numa sociedade que privilegia um comportamento competitivo, principalmente nos ambientes corporativos, ou mesmo num ambiente familiar tenso e pouco afetivo.
A combinação de dominância estrogênica e estresse cria um ciclo vicioso, com insônia e ansiedade, que requer mais produção de cortisol pelas adrenais. Basta alguns anos para colocar esta mulher num estado “ligada, mas cansada”, resultando em disfunção adrenal e fadiga crônica.
Outra causa comum de dominância estrogênica é a histerectomia (retirada do útero), pois mesmo que os ovários sejam poupados, seu suprimento sangüíneo é severamente comprometido, e eles deixam de funcionar dentro de dois anos depois da cirurgia. Se adicionarmos a este quadro o mantra médico de suplementar esta mulher com estrogênio sintético a dominância estrogênica está garantida.
Endometriose e ovários policísticos são os indicadores de que uma grave dominância estrogênica está ocorrendo e revelam toxicidade ao estrogênio.
Dar estrogênio a mulheres que não necessitam dele é irresponsável e perigoso, pois leva a mais retenção de líquido, inchaço nas mamas, cistos ou fibrose nas mamas, dor de cabeça, depressão, acúmulo de gordura e fluxo menstrual intenso. Os verdadeiros sinais da deficiência estrogênica são fogacho, suor noturno e secura vaginal.
Os médicos deveriam aprender a identificar as mulheres de acordo com sua responsividade aos estrógenos. Podemos dividi-las em dois grupos:
Baixa responsividade: seios caídos e pequenos, face pálida, magra, perda de memoria, fissuras labiais, secura vaginal, ciclos curtos, baixa resistência física. São mulheres que requerem doses maiores de estrogênio
Alta responsividade: retenção hídrica, seios sensíveis, mioma, grandes perdas menstruais, ovários policísticos, fibrose mamária, TPM, nervosismo, cistos mamários, descontrole emocional. São mulheres que necessitam de baixas doses de estrogênio e doses maiores de progesterona.

Os hormônios femininos: Progesterona
Progesterona é o nome do hormônio produzido pelo corpo lúteo depois da ovulação e em pequena quantidade pelas adrenais. É uma molécula específica produzida pelos mamíferos que tem múltiplas ações no corpo, afetando virtualmente cada tecido do corpo.
Progestinas são análogos químicos sintéticos da progesterona, fabricados e patenteados pelas companhias químicas. Não existem na natureza e são estranhas ao organismo humano, possuindo, em geral, efeito mais potente que a própria progesterona. Por isso, sua toxicidade também é grande: gases, seios dolorosos, fadiga, depressão, pele e olhos secos, constipação, ansiedade, dor muscular e articular.
Além disso, progestinas inibem a produção natural de progesterona e competem com os receptores de progesterona, bloqueando a própria progesterona natural.
A fisiologia da progesterona natural parece ter sido totalmente negligenciada pela ciência médica, que tem se concentrado, erroneamente, no hormônio estrogênio. Considerando que a progesterona natural não é patenteável e ainda é barata, não surpreende que isso tenha acontecido. É importante, porém, ter-se um entendimento e uma avaliação bem mais amplos a respeito deste extraordinário hormônio.
A progesterona é responsável por manter a secreção do endométrio, que é necessária para a sobrevivência do embrião, bem como pelo desenvolvimento do feto ao longo da gestação. É pouco percebido, no entanto, que a progesterona é a mãe de todos os hormônios. A progesterona é importante precursora na biossíntese dos corticosteroides suprarrenais (hormônios que protegem contra o estresse) e de todos os hormônios sexuais (testosterona e estrogênio).
Isso significa que a progesterona tem a faculdade de ser transformada em outros hormônios ao longo do caminho, à medida que e quando o organismo precisar deles. É preciso que seja enfatizado que o estrogênio e a testosterona são produtos metabólicos finais feitos da progesterona. Não havendo uma quantidade adequada de progesterona, o estrogênio e a testosterona não estarão suficientemente disponíveis no organismo.

Fonte:
http://ecologiacelular.com.br/o-equilibrio-hormonal-antes-e-depois-da-menopausa/

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Equilíbrio hormonal (antes e depois da menopausa) parte 1

É impossível não ficar chocado em como a sociedade transformou uma parte perfeitamente natural do ciclo de vida da mulher numa doença. Menopausa é tão doença quanto a gravidez e dar à luz uma criança.
Ao analisar a bioquímica deste período identificaremos apenas uma verdade: menopausa é a parada da ovulação. Assim, é somente a transição entre os anos férteis e o período onde a mulher não precisa mais se preocupar com a possibilidade de engravidar, nem com o sangramento menstrual.
Os sintomas desagradáveis e comuns à menopausa (fogachos, secura vaginal e alteração do humor) são mais comuns no mundo industrializado e são o resultado da queda dos níveis abundantes de progesterona (produzida pelo corpo lúteo logo após a ovulação).
Pois é, a menopausa não é um erro da Natureza!

Pré-menopausa/Menopausa:
Chamamos de pré-menopausa o período que precede a menopausa. Deveria aparecer entre os 45 e 50 anos, mas não é incomum começar por volta dos 30-35 anos, por conta da dominância estrogênica que vou falar mais à frente. Já a perimenopausa diz respeito a um ou dois anos antes da menopausa.
Assim como citei acima, os sintomas da pré-menopausa não são apenas uma função da bioquímica feminina, mas também dizem respeito às mulheres que estão “fora de seu ciclo e ritmos de seu corpo, seus sentimentos e sua espiritualidade”. São mulheres que tentam balancear suas famílias e o trabalho, que se esquecem de cuidar delas mesmas e que se sentem abandonadas por seus médicos. As dúvidas são maiores e poucos médicos sabem como gerenciar este momento da vida da mulher.
Uma das razões do por que as mulheres evitam falar sobre o assunto menopausa é a crença arraigada de que esta palavra significa o mesmo que envelhecimento. Esta atitude acaba por contribuir fortemente para o agravamento dos sintomas da pré-menopausa. Afinal, a menopausa é um ciclo da vida a ser respeitado e esperado que aconteça.
Ao contrário da crença comum, a pré-menopausa é um período da vida da mulher extremamente potente e essa energia pode ser deve ser aproveitada ao máximo. É o momento em que ela se dá conta que o príncipe encantado não virá a galope resgatá-la e que a segurança que busca está, na verdade, dentro dela mesma. Seu conhecimento sobre seus poderes e suas fraquezas lhe dá uma poderosa força emocional e espiritual.
Mas não há atalho ou mágica: a pré-menopausa indica o momento onde o corpo não aceita mais os excessos relacionados ao estilo de vida do início da idade adulta: noites em claro, álcool, refrigerantes, fast food, sobremesas… Podemos escapar dos efeitos de um estilo de vida não-saudável até os 30 anos, mas passamos a sentir os primeiros efeitos por volta dos 35 anos, e a partir daí, começamos a pagar o preço, e enfim, adoecemos antes dos 50 anos! A pré-menopausa é, portanto, o grande momento especial para buscar o equilíbrio hormonal. Entretanto, um ponto é importante: tomar um hormônio sintético estranho ao organismo é uma das maneiras mais rápidas de confundi-lo e colocá-lo em desequilíbrio. Essas drogas foram criadas não por que trabalham melhor que os hormônios naturais, mas por que podem ser patenteadas e gerar maior lucro.
Assim, seu início depende de diversos fatores: hereditariedade, meio ambiente, época da primeira menstruação, se já teve ou não filhos e em que idade… Isso sem contar com o estilo de vida: uma vida estressante tentando equilibrar carreira e família, alimentação errada (café, açúcar, álcool), morar numa cidade grande, exposição a toxinas em casa e no trabalho.
Sabendo disso já dá para tecer algumas críticas à visão médica tradicional de que a mulher na menopausa necessita de tratamento com reposição de estrogênio. Além de não ser científico é uma visão patriarcal e míope que somente retarda um entendimento mais profundo e construtivo sobre o tema.
Estrógenos produzem coagulação vascular, por isso o corpo responde com vasodilatação, o que acaba provocando extravasamento de líquido para fora do vaso, explicando a retenção hídrica e as cefaleias comumente relacionadas ao uso da reposição sem necessidade de estrogênio.
O agravante é que mais de 60% das mulheres até 80 anos produzem todo o estrogênio que necessitam. Mesmo assim, a reposição de hormônios devida “a idade” é um brutal erro terapêutico. A reposição hormonal baseada na correção da deficiência hormonal e que restaure o equilíbrio adequado é mais sensato, correto e seguro do que a reposição convencional.
Após a menopausa a queda de estrogênio é de 40-60%, mas a de progesterona é de quase 100%. Algumas mulheres possuem dosagens de progesterona menores do que a de homens! Aliás, estes raramente necessitam de reposição com progesterona, pois produzem o suficiente até por volta dos 80 anos.
A falta de progesterona tem consequências devastadoras sobre o corpo todo, uma vez que ela está ligada à síntese de androstenediona, testosterona, estrona, estradiol, estriol, cortisol e outros corticosteroides, e aldosterona.
Seu nome vem dos seus efeitos sobre a reprodução, pois possui ação sobre o endométrio uterino, além de ser fundamental para a sobrevivência do feto durante a gestação. Mulheres com história de abortos espontâneos no início da gravidez têm normalmente baixos níveis de progesterona.
E ela ainda possui efeitos intrínsecos: diurética, queima gordura, aumenta a disposição física, antidepressiva natural, ajuda a ação da tiroide, normaliza a coagulação e a glicose sanguínea, protege contra fibrose e tem ação anticâncer mamário e de útero (por equilibrar o efeito do estrogênio). A concentração de progesterona nas células cerebrais é vinte vezes maior do que no sangue. Por isso, se diz que ela é protetora cerebral. Há estudos recentes indicando que o uso de progesterona e vitamina D protege o cérebro se usados logo após um trauma craniano. Além disso, um trabalho do médico francês Ettienne-Emile Baulier mostrou que a progesterona é sintetizada pelas células de Schwan no Sistema Nervoso Central, para proteger e reparar a bainha de mielina.

Entendo o equilíbrio hormonal:
Conhecemos o mantra da base para uma boa saúde: comida integral, exercícios e sono adequado, alem de manejar o estresse adequadamente. Todos são elementos do que chamamos “estilo de vida”. Uma das razões está relacionada ao fato de que nossos hormônios trabalham como uma orquestra harmônica.
O movimento coordenado de produção e distribuição dos hormônios no corpo da mulher depende de uma perfeita sintonia, e não precisa muito para transformar esta sinfonia num caos total. Se o estrogênio ou o cortisol estiverem elevados, a progesterona não pode ser “ouvida”. Cortisol alto ainda bloqueia a produção da própria progesterona e da deidroepiandrosterona (DHEA). Se a pregnenolona estiver baixa, todos os outros hormônios deixam de ser produzidos.
Outra característica destes hormônios é que são intimamente relacionados, cada um feito de outro na dependência da necessidade do corpo. Por exemplo, da progesterona o corpo pode fazer DHEA, cortisol e estriol; androstenediona pode ser transformada em testosterona e estrona, e a testosterona pode ser feita a partir do estriol, estradiol e androstenediona.
Veja abaixo (cada seta indica o trabalho de uma enzima):
Esta é apenas uma parte da partitura: uma combinação específica de vitaminas, minerais e enzimas ajuda nesse equilíbrio. É por isso que problemas com a tireoide ou insulina, toxinas, fatores ambientais, alimentação inadequada e um fígado sobrecarregado podem contribuir para a deficiência de nutrientes, como magnésio ou vitamina B6 (piridoxina) e ter conseqüências devastadoras para a saúde.
Seu estado emocional também desempenha um papel especial nesta sinfonia hormonal. No houver estresse emocional, por exemplo, as adrenais liberam cortisol. Quando o organismo precisa de cortisol, acaba produzindo mais progesterona, além de aumentar a produção de colesterol, matéria-prima de todos os hormônios esteróides. O cortisol ainda compete pelos receptores de progesterona nos osteoblastos, as células que fabricam o tecido ósseo, produzindo mensagens opostas e contribuindo para a osteoporose: a progesterona estimula a produção óssea e o cortisol a bloqueia. A demanda crônica por cortisol acaba por esgotar as adrenais e aparecem os sintomas da fadiga crônica.

Fonte:
http://ecologiacelular.com.br/o-equilibrio-hormonal-antes-e-depois-da-menopausa/