sábado, 20 de agosto de 2016

A Medicina Ayurvédica e os Doshas

Existe muito a ser dito a respeito de cada um dos doshas, mas suas funções básicas podem ser definidas ampla e simplesmente: o dosha Vata é o princípio dominante no corpo que controla o movimento; o dosha Pitta controla o metabolismo e a digestão; e o dosha Kapha é responsável pela estrutura física e o equilíbrio dos fluidos.
Cada célula do corpo precisa conter esses três princípios a fim de sustentar a vida. Você precisa ter Vata para o movimento, para respirar, para que o sangue circule, para que os alimentos se desloquem através do aparelho digestivo, e para enviar impulsos nervosos ao cérebro e a partir dele. Precisa ter Pitta a fim de assimilar e processar os alimentos, o ar e a água através dos diversos sistemas do corpo. Tem necessidade de Kapha, ou estrutura, para manter as células juntas e formar os músculos, a gordura, os ossos e o tecido conjuntivo.
Embora a natureza precise dos três princípios para criar e sustentar a vida humana, cada um de nós encerra diferentes proporções dos doshas em nossa constituição básica. Quando digo, por exemplo, que uma pessoa é do "tipo Vata", estou querendo dizer que certas características Vata são dominantes na estrutura dessa pessoa. Os indivíduos do tipo Pitta ou do tipo Kapha terão suas características predominantes particulares.
Ao identificar e compreender seu tipo de corpo, você pode colocar sua alimentação, sua rotina diária e até mesmo seu comportamento casual em perfeita harmonia com sua fisiologia como um todo - e você começa a ter acesso a suas reservas internas de energia. Vamos examinar mais de perto as características dos três tipos de corpo.

VATA - princípio governante do corpo. A influência de Vata em um ser humano individual pode ser comparada à ação do vento na natureza. Como o vento, Vata está sempre em movimento e tende a ser rápido, frio, seco, áspero e leve. As pessoas que são tipos Vata também são dominadas por essas qualidades.
Características do tipo Vata:
  • Constituição física leve e magra
  • Executa rapidamente as atividades
  • Fome e digestão irregulares
  • Sono leve e interrompido; tendência para a insônia
  • Entusiasmo, vivacidade, imaginação
  • Excitabilidade, disposição de ânimo variável
  • Capta rapidamente novas informações mas também esquece rápido
  • Tendência a se preocupar
  • Tendência a ter prisão de ventre
  • Fica cansado rapidamente, tendência a se esforçar demais
  • A energia física e mental se manifesta aos arrancos

É extremamente Vata:
  • Sentir fome a qualquer hora do dia ou da noite
  • Amar a agitação e as constantes mudanças
  • Ir dormir em horas diferentes a cada noite, pular refeições e ter hábitos irregulares de um modo geral
  • Digerir bem a comida num dia e mal no outro
  • Ter crises emocionais de curta duração e que são logo esquecidas
  • Andar depressa

A característica do tipo Vata é a "mutabilidade". As pessoas de Vata são imprevisíveis e muito menos estereotipadas do que as do tipo Pitta ou Kapha. Sua variabilidade - de tamanho, forma, disposição de ânimo e ação - é a característica que o distingue. No caso da pessoa do tipo Vata, a energia física e mental se manifesta aos arrancos. Os indivíduos desse tipo tendem a andar depressa, ter fome a qualquer hora, amar a excitação e a mudança, ir dormir a uma hora diferente a cada noite, pular refeições e digerir bem a comida em um dia e mal no dia seguinte.

PITTA - governa a digestão e o metabolismo. Pitta é responsável por todas as transformações bioquímicas que ocorrem no corpo, e está estreitamente envolvido com a produção de hormônios e enzima. O Pitta no corpo é comparado ao princípio do fogo na natureza - ele queima, transforma e digere. Pitta é quente, aguçado e ácido, e as pessoas do tipo Pitta geralmente exibem essas qualidades.
Características do tipo Pitta:
  • Constituição física média
  • Força e resistência médias
  • Fome e sede intensas, digestão forte
  • Tendência a ficar zangado e irritado quando estressado
  • Pele clara ou rosada, amiúde sardenta
  • Aversão ao sol e ao calor
  • Caráter empreendedor, aprecia os desafios
  • Intelecto aguçado
  • Fala precisa e articulada
  • Não consegue pular refeições
  • Cabelo louro, castanho ou ruivo (ou com nuanças avermelhadas)

É extremamente Pitta:
  • Ficar faminto se o jantar atrasar meia hora
  • Viver em função do relógio e detestar desperdiçar o tempo
  • Acordar à noite sentindo calor e sede
  • Assumir o comando de uma situação ou sentir que deveria fazê-lo
  • Aprender através da experiência que as outras pessoas às vezes o acham por demais exigente, sarcástico ou crítico
  • Ter um andar determinado

A intensidade é a principal característica do tipo Pitta. Cabelo ruivo e uma face rosada indicam uma predominância de Pitta, bem como a ambição, a inteligência aguçada, a franqueza, a ousadia e a tendência a ser argumentador ou ciumento. Mas o lado combativo de Pitta não precisa se expressar de uma forma extravagante ou grosseira. Quando equilibradas, as pessoas Pitta são calorosas, carinhosas e satisfeitas. É extremamente Pitta ter um andar determinado, sentir-se extremamente faminto se a refeição atrasar meia hora, acordar à noite sentindo sede, viver em função do relógio e se ressentir de desperdiçar o tempo.

KAPHA - responsável pela estrutura do corpo. O Ayurveda diz que Kapha está relacionado com os princípios da terra e da água na natureza. O dosha Kapha é tipicamente pesado, estável, firme, frio, oleoso, lento, inerte e macio, e as pessoas do tipo Kapha se caracterizam por essas qualidades materiais.
Características do tipo Kapha:
  • Constituição física sólida e poderosa; grande força e resistência físicas
  • Energia uniforme; movimentos lentos e graciosos
  • Personalidade tranquila e relaxada; custa a ficar zangado
  • Pele fria, suave, espessa, pálida e frequentemente oleosa
  • Custa a captar novas informações, mas depois que as assimila costuma retê-las bem
  • Sono pesado e prolongado
  • Tendência para a obesidade
  • Digestão lenta, fome moderada
  • Afetuoso, tolerante, magnânimo
  • Propensão para ser possessivo, satisfeito consigo mesmo

É extremamente Kapha:
  • Ficar ruminando as coisas durante um longo tempo antes de tomar uma decisão
  • Levantar devagar, ficar na cama um longo tempo e precisar tomar um café logo que acorda
  • Ser feliz com o status quo e preservá-lo apaziguando os outros
  • Respeitar os sentimentos das outras pessoas (com relação às quais sente uma genuína empatia)
  • Buscar conforto emocional na comida
  • Ter movimentos graciosos, olhos lânguidos e um andar deslizante, mesmo quando gordo

A característica básica do tipo Kapha é "relaxado". O dosha Kapha gera estabilidade e regularidade. Ele fornece a força e a resistência física que definem a estrutura robusta das pessoas típicas do tipo Kapha. Elas são consideradas afortunadas no Ayurveda porque, por via de regra, gozam de excelente saúde e expressam uma visão do mundo serena, feliz e tranquila. É extremamente Kapha ruminar as coisas durante um longo tempo antes de tomar uma decisão, dormir profundamente e levantar devagar, buscar conforto emocional na comida, mostrar-se feliz com o status quo e tranquilizar os outros para preservá-lo.

Descobrindo seu tipo de corpo
Até aqui nossa intenção foi introduzir os doshas e mostrar como podemos distingui-los uns dos outros. Mas é importante compreender que a maioria das pessoas são "bi-dóshicas". A constituição delas é estruturada em torno de uma combinação de dois tipos de corpo, e, em alguns casos, dos três.
O efeito prático dessas idéias se tornará mais claro quando você completar o seguinte questionário, que se destina a ajudá-lo a determinar suas influências particulares dos doshas. Antes de continuar a leitura, sugiro que você reserve trinta minutos para responder às seguintes perguntas e avaliar suas respostas.

Fonte:
http://anahatayoga.tripod.com/materias/doshas.htm

sábado, 13 de agosto de 2016

Feliz Dia dos Pais!!!

Muitas gestantes não sabem, mas a audição é um dos primeiros sentidos desenvolvidos pelo bebê, ainda no útero materno.
A medida em que os meses vão passando e a gravidez vai evoluindo, o sistema auditivo do bebê aumenta sua capacidade, possibilitando a ele discernir timbre, tonalidade e associar o som à presença do objeto que gerou a manifestação.
A voz humana causa grande impacto ao bebê, principalmente, a voz paterna. Por isso, é importante que o pai converse bastante com o pequeno ainda na barriga e o estimule a conhecer a sua voz, que é fácil de ser identificada, pois é mais grave que a da mãe.
Um bebê bem estimulado reconhece a voz do pai no momento em que nasce, associando-a ao rosto, cheiro e tato. Este vínculo estabelecido entre pai e filho ainda no ventre materno, contribuirá para o elo afetivo entre os dois, que se desenvolverá ao longo do crescimento do pequeno.
O ideal é que o pai estabeleça esse contato ainda no primeiro trimestre. A dica é falar baixinho e pertinho da barriga, tocá-la, cantar. Desta maneira o homem irá garantir seu papel como pai e figura importante no desenvolvimento afetivo, intelectual e social do bebê.
É importante também que o casal evite discussões dentro de casa e ruídos agudos próximos à barriga, pois o bebê sente, em parte, o que a mamãe sente. Portanto, após uma discussão, se ele perceber que a voz do pai está ligada à tristeza, movimentos bruscos e alteração cardíaca da mãe, irá realizar associações negativas à figura paterna.
Por isso, a voz paterna deve transmitir proteção, acolhimento, segurança e carinho, para que o vínculo entre pai e filho seja estabelecido antes mesmo do nascimento do pequeno, que crescerá mais saudável, sociável e feliz.
Ao nascer, o cérebro de um bebê tem cerca de 100 bilhões de neurônios (células nervosas). O tronco cerebral, região que controla as funções vitais, como os batimentos cardíacos, já funciona perfeitamente. Além da pulsação e da respiração, o bebê consegue sugar, se assusta e reage aos sons e à luz.
A partir do segundo mês de vida pós-natal, cada vez mais o cérebro vai ativando áreas responsáveis pela percepção sensorial do mundo. Ou seja, a criança começa a reagir de maneira mais instintiva aos estímulos visuais, por exemplo, acompanhando objetos coloridos. “A audição também começa a se desenvolver de forma mais ativa, tanto que a criança passa a ter reações diferentes aos sons, até o reconhecimento da voz do pai ou da mãe”, observa o neurologista Muszkat.
Pais que têm ou já tiveram o hábito de conversar com os filhos dentro da barriga da mãe, agora, têm um fundamento científico para argumentar contra pessoas que afirmam que essa história é baboseira. Para a surpresa dos céticos, os bebês – desde muito novos – têm uma compreensão da realidade mais apurada do que imaginamos. É o que indica um estudo da Universidade Duke, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Segundo a publicação, desde os primeiros dias, o bebê presta atenção em palavras e padrões de frases.
A psicóloga Adriane Gonçalves afirma que conversar com o bebê na fase uterina contribui para o desenvolvimento da linguagem. “De alguma forma, ao exercitar a comunicação, a mãe ativa partes do cérebro do bebê associadas à linguagem. Além das expressões verbais (fala), os bebês convivem com as emoções da mãe. A voz é carregada de emoção, então, se a mãe está triste, o batimento cardíaco e a respiração se alteram, o que é percebido pelo bebê. A voz da mãe – ou do pai – pode tanto acalmar como também ativar partes do cérebro responsáveis pela aquisição da linguagem verbal e não verbal no futuro”, disse Adriane.

Linguagem facial
Um estudo da Universidade da Filadélfia, nos EUA, mostra que, de 13 a 15 meses, os bebês entendem a linguagem facial. A experiência consistiu em mostrar, alternadamente, caras tristes e alegres aos bebês.
A psicóloga Adriane Gonçalves, defensora do “maternalismo”, diz que essa teoria consiste em um tipo de fala que tem algumas mudanças de voz (alta ou baixa) e frases curtas acompanhadas de pausas, sorrisos e expressões. Então, o bebê é capaz de perceber a expressão facial da mãe mesmo que ele ainda não tenha a expressão verbal. O adulto é quem dará significado para a fala do bebê, ou seja, o bebê se comunica por meio das expressões faciais dos pais. O “maternalismo” também ajuda na questão da linguagem. Por exemplo, se você faz uma expressão, o bebê ri. Ele entende que aquela expressão representa algo engraçado. É isso que dará significado para a linguagem do bebê, porque ele já se comunica por meio da primeira forma de comunicação, que é o choro”, afirmou.

Ativação do cérebro para as emoções 
É impressionante não? Como será que um bebê tão pequeno pode se emocionar tanto com uma música cantada pela mãe? E não é que a gente também se emociona vendo um vídeo onde o bebê derrama lágrimas ao ouvir uma música cantada pela mãe? Mas por que isso acontece? Por que nos emocionamos com uma música ou com a cena de um filme? Por que choramos e nos sentimos tocados por uma situação que não está ocorrendo conosco?
No caso da bebê não podemos dizer ao certo o que está passando pela cabeça dela. Vários fatores podem levar a pequena a derramar lágrimas. Claro que ela não entende a letra de amor da música, então certamente não chora por isso. Os bebês são capazes de escutar dentro do útero a partir da 21ª semana, é possível que a mãe já cantasse essa música quando estivesse grávida e a bebê percebia toda a emoção da mãe ao cantar essa canção. Por serem capazes de escutar dentro do útero é que bebês reconhecem a voz da mãe e muitas vezes do pai e de pessoas próximas que falavam com ela antes de nascer.

No entanto, o que parece estar realmente envolvido na emoção do bebê é algo chamado empatia. A empatia é a responsável por nos fazer chorar em filmes e novelas, é também responsável pelo medo e sustos que sentimos nos filmes de terror. Quem não se emocionou na cena clássica de novela em que a atriz Carolina Dieckmann raspa o cabelo por causa da quimioterapia? Por que choramos com a atriz mesmo sabendo que tudo aquilo não é real? Tudo isso é causado pela empatia minha gente!
Empatia é a capacidade de sentir as emoções e sentimentos dos outros como se fossem nossos. Mas como o nosso cérebro pode sentir os sentimentos de outra pessoa? Quase tudo parece ser dependente de uma região do nosso cérebro chamada de insula. A insula faz parte de um sistema complexo responsável pelas nossas emoções e prazeres, o sistema límbico (já falamos dele aqui). Estudos mostram que a insula é ativada quando vemos cenas de filmes que causam emoção, ela então ativa o sistema límbico e passamos a sentir as emoções do personagem como se fossem nossas. Mas pera ai como a nossa insula pode ser ativada apenas por ver outra pessoa sofrendo? Embora não se tenha 100% de certeza, tudo indica que isso seja causado pelos chamados neurônios espelho. Os neurônios espelho são neurônios que se ativam quando fazemos alguma ação especifica (por exemplo chorar de tristeza), mas que também se ativam somente por ver outra pessoa fazendo a mesma ação (ou seja outra pessoa chorando de tristeza). É como se o neurônio “imitasse” o comportamento de outra pessoa, como um espelho. Estes neurônios foram identificados de forma direta apenas em macacos, mas por medidas indiretas se acredita que eles existam também humanos e em alguns pássaros.

Qual a importância dos neurônios espelho? 
Os neurônios espelho parecem explicar muitas coisas no desenvolvimento humano e no processo evolutivo dos primatas. Os estudos com esses neurônios e com a neurociência da empatia são bem recentes, mas se acredita que os neurônios espelho tenham um papel fundamental no aprendizado da linguagem, já que a fala nada mais é que imitar os sons emitidos por outras pessoas. A empatia parece ser importante para a vida em sociedade e para o relacionamento entre os indivíduos, porque somente através dela podemos compreender que o outro individuo está sentindo.
Mas se as mesmas áreas cerebrais que ativamos quando sofremos são ativadas pelo sofrimento do outro, como o cérebro sabe que isso não está acontecendo conosco? Isso é uma ótima questão! A insula, aquela lá do sistema límbico, também recebe informações de outros órgãos do nosso corpo e de outras regiões do nosso cérebro, ela junta tudo e percebe que a situação não está ocorrendo com a gente.
Vou dar um exemplo pra ficar melhor: vamos supor que vemos o nascimento de um bebê num filme, os neurônios espelho se ativam quando vemos a cena e produzem a ativação da insula e do sistema límbico, assim nos emocionamos e ficamos com os olhos mareados. A insula também está recebendo informações dos nossos batimentos cardíacos, dos músculos do nosso abdômen e percebe que não somos nós que estamos tendo um bebê.
Ela também recebe informações das nossas memórias que não indicam, pro exemplo, que seria possível estarmos tendo um bebê. Nesse caso a insula fica “tranquila” e nos deixa lá com os olhos cheios d’água, mas sabendo que a situação não está ocorrendo com a gente.
No caso dos bebês a empatia e os neurônios espelhos são muito importantes. Lá pelos 4 meses eles começam a imitar tudo o que os pais fazem. Como eles conseguem imitar? Por causa dos neurônios espelhos! A função motora, a capacidade de caminhar, a fala, conseguir comer sozinho, tudo virá por imitação dos adultos e lá vão os neurônios espelho ajudar o bebê. A insula do bebê será ativada indicando se os pais estão felizes ou triste com uma atitude dele e assim a criança começa a viver em sociedade e entender suas regras.
A empatia está prejudicada em algumas doenças psiquiátricas e por isso os pacientes tem dificuldade de entender expressão faciais, compreender os sentimentos dos outros e lidar com situações de muita emoção. Isso ocorre no autismo, na esquizofrenia e em alguns casos de bipolaridade, e mostra o quão importante é a empatia para os relacionamentos sociais.

Fonte:
http://blogdalo.com.br/como-a-voz-do-pai-ativa-o-cerebro-do-bebe-ainda-no-utero/